sábado, 1 de outubro de 2011

MARCEL PROUST

Apesar de conviver com a doença desde pequeno, a luta de Marcel Proust em vida não foi exatamente uma luta contra a morte, mas sim uma luta resignada para retardar, ao máximo, seu último e fatídico encontro com aquela que tão insistentemente o perseguiu em vida.

Criança de saúde frágil, nasceu em Auteuil, Paris, a 10 de julho de 1871. Teve uma infância cheia de cuidados especiais, tantos cuidados e problemas que acabaram por torná-lo um velho já na sua juventude.

Durante sua adolescência, Proust viveu nos Champs-Elysées, onde o ar mais saudável melhorava sua tênue saúde. Lia e admirava Baudelaire, Mallarmé, Anatole France e Saint-Simon. Tinha veneração pelo teatro e suas musas, especialmente Sarah Bernhardt.

Estudou no Lycée Condorcet entre 1882 e 1889, onde teve uma passagem muito irregular devido os seus problemas de saúde.

Em 1891, ingressou na École des Sciences Politiques nos cursos de Albert Sorel, Henri Bergson, Leroy-Beaulieu e Vandal. Ali preparou-se para seguir a carreira diplomática, da qual desistiu, a fim de dedicar-se à literatura.

Suas primeiras experiências literárias datam de 1892, quando, com alguns amigos, fundou a revista Le Banquet. A seguir, passou a colaborar em La Revue Blanche, frequentando ao mesmo tempo os salões aristocráticos parisienses cujos costumes, em grande parte, lhe forneceram material para sua obra literária.

Com a morte da mãe, em 1905, tornou-se herdeiro de uma fortuna razoável. Com o dinheiro da herança e a saúde cada vez mais debilitada, Proust acabou isolando-se dos meios sociais para dedicar-se à criação de sua obra mais importante, os vários volumes que compõem "Em Busca do Tempo Perdido", publicados entre 1913 e 1927.
Marcel Proust morreu em Paris a 18 de novembro de 1922 e sua obra é a história da representação, da recriação literária do ser humano em suas infinitas reações químicas diante das coisas que o fazem sentir dor ou prazer.

Ler Proust é sem dúvida um privilégio. Não pelo fato de lermos um escritor que muitos acreditam ser elitista -confusão que acontece a custa da aguda ironia com que ele observa as elites-, mas sim pelo fato de que a obra de Proust está ao alcance de qualquer leitor que tenha paciência e bom gosto para degustá-la.
Em 1905, a morte se sua mãe o deixa profundamente abalado.Em fevereiro de 1907, publica no jornal Figaro um artigo intitulado "Sentiments filiaux d'un parricide",onde esboça a análise de dois elementos fundamentais em sua psicologia: a memória e a culpa.
Paralelamente aos artigos que envia para o Figaro, Proust trabalha num romance,onde pretende escrever varios ensaios de crítica literária, artística e sociológica. Pouco a pouco, todos esses projetos se fundiriam num só.No verão de 1909, o ensaio Contre Sainte-Beuve torna-se um romance, que Proust não terminaria de escrever até sua morte. Em maio de 1913 ele adota por título geral deste projeto, À la recherche du temps perdu.
A primeira parte do romance Du côté de chez Swann, foi publicada em 1913.A guerra traz inspiração para escrever em 1919  À l'ombre des jeunes filles en fleurs, que obtém o prêmio Goncourt no ano seguinte.Durante os 3 últimos anos de sua vida Proust produz sem parar.Ele ainda vê publicado tres volumes de sua monumental obra:Le côté de Guermantes I(1920), Le côté de Guermantes II(1921), Sodome et Gomorrhe II(1922).
Em novembro de 1922, Proust morre de pneumonia. A continuação de sua obra, que Proust havia terminado mas não pode revisá-la completamente, foi publicada por seu irmão Robert Proust,auxiliado por Jacques Rivière e depois Jean Paulhan, diretores da Nouvelle Revue Française.A  obra de Proust foi ,enquanto ele vivia, objeto de grandes controvérsias entre os que a consideravam genial e os que a proclamavam impossível de ser lida. Hoje é reconhecida como uma obra fundamental da literatura francesa.

" Les questionaires de Marcel Proust "Aqui reproduzimos parte do questionário que Proust respondeu a Antoinette Faure.
Sua virtude favorita:Todas que não são particulares a uma seita,as universais.
Sua qualidade favorita num homem: A inteligencia, o senso moral.
Suas qualidades favoritas numa mulher:A doçura,a naturalidade, a inteligência.
Sua idéia de felicidade:Viver perto de todos que eu amo, com os encantos da natureza, uma quantidade de livros e partituras, e não muito longe de um teatro francês...
Seus heróis favoritos na vida real:Uma mistura entre Sócrates,Péricles, Maomé, Musset, Plínio e Auguste Thierry.
Suas heroínas favoritas na vida real:Uma mulher "de génie" que leve a existencia de uma mulher comum.

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