domingo, 27 de novembro de 2011

ADRIANA VAREJÃO

Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) é uma artista plástica brasileira contemporânea.
Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, entre elas, na Bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e MoMa em Nova Iorque.
Sua obra tem como base o período colonial brasileiro e se inspira nos botequins cariocas e nos banheiros públicos europeus.

Adriana Varejão vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde nasceu. Realizou sua primeira exposição individual em 1988 e na mesma época participou de uma coletiva no Stedelijk Museum, Amsterdã. Participou de importantes Bienais como Veneza e São Paulo e sua obra já foi mostrada em grandes instituições internacionais como MOMA (NY), Fundação Cartier em Paris, Centro Cultural de Belém em Lisboa e Hara Museum em Tóquio. Em 2008, foi inaugurado um pavilhão com obras suas no Centro de Arte Contemporânea Inhotim em Minas Gerais. Adriana está presente em acervos de importantes instituições, entre elas Tate Modern em Londres, Fundação Cartier (Paris), Stedelijk Museum (Amsterdã), Guggenheim (Nova Iorque) e Hara Museum (Tóquio).

Através da releitura de elementos visuais incorporados à cultura brasileira pela colonização, como a pintura de azulejos portugueses, ou a referência à crueza e agressividade da matéria nos trabalhos com “carne”, a artista discute relações paradoxais entre sensualidade e dor, violência e exuberância. Seus trabalhos mais recentes trazem referências voltadas para a arquitetura, inspirada em espaços como açougues, botequins, saunas, piscinas etc, e abordam questões tradicionais da pintura, como cor, textura e perspectiva.

TRAJETÓRIA

Adriana Varejão produz obras extremamente vigorosas e impactantes que marcam sua trajetória e sua produção:
- No início dos anos 5O, com suas investigações no campo da arte torna-se uma das artistas brasileiras mais respeitadas da nova geração, sendo uma das representantes do Brasil na XXIV Bienal de São Paulo.
- Antes de se dedicar definitivamente à arte, ela estudou engenharia industrial e comunicação visual. Além de freqüentar por alguns anos a escola do Parque Lage, identifica duas viagens como determinantes na escolha profissional: Em Nova York, visitou museus e ficou impressionada com a explosão de materialidade que caracterizava a obra de certos artistas, particularmente, Anselm Kiefer.
- No Brasil visitou cidades históricas de Minas Gerais e apaixonou pelo Barroco. Depois da Viagem a Minas feita no final dos anos SO, Adriana passa a carregar em sua primeira pintura a marca do barroco.
- Gradualmente, faz a passagem da sensualidade de cores e texturas para uma figuração que referência a própria história da arte e experiências pessoais. As obras já recebem craqueles enormes, baseados na porcelana chinesa, fruto da atração da artista por essa cultura. Já foram estampadas com a imagem da azulejaria azul e branca do barroco português, ou fragmentos pictóricos do corpo ensangüentado, aludindo à violência da nossa própria história.
- Pintou também corpos tatuados, que remetem à tradição do Yakusa japonês, ou pintou com hena, característica das culturas árabes e indianas, e retratou parte do corpo fragmentadas e suspensas em varas.
- Sua obra reproduz elementos históricos e culturais, com temas ligados à colonização, ao barroco e a azulejaria. Investiga também a utilização do corpo humano, da visceralidade e da representação da carne como elemento estético. Apesar de remeter ao barroco, adquire forte contemporaneidade em decorrência do acúmulo excessivo de materiais, camadas de tinta e informações.
- A densidade simbólica de Adriana Varejão chega a escandalizar os espectadores, mas ao mesmo tempo é responsável pela conquista de admiração e respeito cada vez maiores dos críticos internacionais da arte.

Estranhamento da Adriana Varejão:

O maior mérito da artista está no estranhamento. Ela consegue criar diferenças estéticas através do orgânico: carnes, vísceras, sangue, com evidente sentido metafórico que nos remetem à realidade que compartilhamos. Estas diferenças estéticas atraem a atenção de muita gente. Ela não considera sua obra visceral afinada com as novas tendências da arte contemporânea, que em sua opinião privilegia o minimalismo ascético. E conclui; "A arte não é para enfeitar ambientes. Deve incomodar mesmo e atingiu a inteligência da emoção".

Fontes:

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