domingo, 4 de dezembro de 2011

GABRIEL JOSÉ GARCIA MARQUEZ

Gabriel José García Márquez nasceu em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos, que iriam influenciar o futuro literato com as histórias que contavam. O avô, coronel Nicolas Márquez, veterano da guerra civil colombiana (que se estendeu de 1899-1902), narrava-lhe suas aventuras militares, e a avó, Tranquilina Iguarán, relatava fábulas e lendas que transmitiam sua visão mágica e supersticiosa da realidade.

García Márquez, ou simplesmente Gabo, completou os primeiros estudos em Barranquilla e Zipaquirá, onde teve um professor de literatura, Carlos Julia Calderón Hermida, que desempenhou papel marcante em sua decisão de se tornar um escritor e a quem dedicaria seu romance "O Enterro do Diabo" (1955). Por insistência dos pais, Márquez chegou a iniciar o curso de direito na Universidade Nacional, em Bogotá, mas logo enveredou para o jornalismo, assumindo uma coluna diária no recém-fundado jornal "El Universal". Nunca se graduou.

Nessa época, final da década de 1940, publicou seus primeiros contos, "La Tercera Resignación" e "Eva Está Dentro de su Gato". Consagrou-se na carreira jornalística ao ingressar na redação de "El Espectador", onde se tornou o primeiro crítico de cinema do jornalismo colombiano e depois um brilhante cronista e repórter, que exerceu influência na vida cultural do país. Em 1955, viajou para a
Europa como correspondente do jornal, após a publicação de uma extensa reportagem, "Relato de um Náufrago", que desagradou ao governo do general Roja Pinillas.

No final dos anos 50, de volta às Américas, trabalhou em Caracas (
Venezuela), em Cuba, onde passou seis meses, e em Nova York, dirigindo a agência de notícias cubana Prensa Latina. Em 1960, García Márquez mudou-se para a Cidade do México e começou a escrever roteiros para cinema. No ano seguinte, publicou "Ninguém Escreve ao Coronel" e, em 1962, "O Veneno da Madrugada", que ganhou o Prêmio Esso de Romance, na Colômbia.

Em 1966, segundo depoimento do escritor mexicano Carlos Fuentes, quando voltava do balneário de Acapulco para a Cidade do México, García Márquez teve o momento de inspiração para escrever o romance que ruminava há mais de uma década. Largou o emprego, deixando o sustento da casa e dos dois filhos a cargo da mulher, Mercedes Barcha. Isolou-se pelos próximos 18 meses, trabalhando diariamente por mais de oito horas. No ano seguinte, publicou aquele que seria sua obra mais conhecida, "Cem Anos de Solidão" (1967) - unanimemente uma obra-prima da literatura em língua espanhola.

Com o sucesso, mudou-se para Barcelona,
Espanha, onde permaneceu até 1975, passando temporadas em Bogotá, México, Cartagena (Colômbia) e Havana. Em 1981, voltou para a Colômbia. Acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exilou-se no México. Nesse período, publicou novos romances, livros de contos e antologias de sua produção jornalística e de ficção.

Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Segundo se soube posteriormente, a premiação foi disputada com o escritor inglês
Graham Greene e o alemão Günther Grass. Diante da Academia Sueca e de quatrocentos convidados, pronunciou o discurso "A Solidão da América Latina", questionando os estereótipos com que os latino-americanos eram vistos na Europa e a falta de atenção dos países ricos ao continente.

O escritor retornou ao jornalismo em 1999, quando passou a dirigir a revista "Cambio". Em 2002, publicou "Viver Para Contá-la", primeiro volume de sua autobiografia. Entre outras obras de destaque, García Márquez é o autor de "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981), "O Amor nos Tempos do Cólera" (1985), "O General em Seu Labirinto" (1989) e "Notícias de um Seqüestro" (1996). O último romance que publicou, em 2004, intitula-se "Memórias de Minhas Putas Tristes".

Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema, como "Eréndira", de 1983, estrelado por Cláudia Ohana e dirigido por Ruy Guerra, e "O Amor nos Tempos do Cólera", de 2007, dirigido pelo inglês Mike Newell, e com a participação de
Fernanda Montenegro.
 
Fontes: Banco de Dados/Folha de S. Paulo e edição comemorativa dos 40 anos de "Cien Años de Soledad", Madrid, 2007, Real Academia Española

Nenhum comentário:

Postar um comentário